#VozdoAluno: O terror psicológico do filme Corra
/em News /por Aline GimenezAutor: Samuel Henrique Lopes, aluno do 8° semestre do curso de Psicologia
O filme Corra (2017), escrito e dirigido pelo cineasta Jordan Peele, conta a história de Chris, um jovem fotógrafo negro estadunidense que vai visitar a casa dos pais de sua namorada branca, em um local afastado da cidade, onde algumas coisas estranhas começam acontecer na relação entre brancos e negros.
Através do filme, o cineasta Jordan Peele traz reflexões muito importantes sobre as relações raciais nos Estados Unidos. Após a eleição do primeiro presidente negro, Barack Obama, parte da população passou a acreditar que não existe mais racismo naquele país, definindo o momento como uma era pós- racial, argumento que se assemelha ao mito da democracia racial aqui no Brasil que durante muito tempo apregoou a inexistência do racismo no país e a convivência harmoniosa entre as raças.
Tanto o movimento negro, quanto intelectuais do campo das relações étnico-raciais denunciam a mentira. Os casos de violência policial que ocorreram esse ano no Brasil e nos Estados Unidos deixaram claro, para a maioria da população, o que esses movimentos já apontam há décadas: o fato de que ser negro no continente americano é estar vulnerável a diversas exclusões, violências e atos de crueldade.
No filme, o cineasta nos mostra que votar em um candidato negro não faz ninguém ser menos racista e que o racismo também pode assumir outras roupagens, sendo uma prática não apenas fóbica e agressiva, como se entende no senso comum, mas que pode ser realizada através de instrumentos médicos e hipnóticos para dominação dos corpos e mentes de pessoas negras. Ao construir essa alegoria, o filme nos convida a pensar sobre o quanto ser negro e não questionar a realidade de uma forma crítica geralmente não se trata de uma escolha, mas do efeito de um processo de alienação. Notamos nos personagens negros do lugar, além de um comportamento muito peculiar e estranho, nenhuma consciência racial, o que, muitas vezes, leva o espectador ao espanto.
Dessa forma, o filme não tem a intenção de nos mostrar os perigos de ir visitar a casa dos pais da pessoa branca que você está namorando, tudo o que acontece no fim de semana é uma metáfora sobre como a ideologia da branquitude afeta as pessoas negras, prejudicando a consolidação de uma identidade negra positiva e mantendo uma condição de alienação do negro em relação ao racismo. O terror que o filme transmite é o efeito das cenas que aludem à dominação que pode ser muito violenta e sofrida para essas pessoas
#VozdoAluno: a saúde mental do(a) estudante negro(a)!
/em News /por Aline GimenezPrecisamos falar sobre a saúde mental do(a) estudante negro(a)!
Autor: Gabriel Basílio, estudante do 7° semestre do curso de Psicologia
A entrada na faculdade é sempre um bom motivo de celebração, principalmente para estudantes negros(as), que por muito tempo foram excluídos(as) do ambiente acadêmico. Entretanto, não é a entrada que pode abalar as estruturas psicológicas dos(as) estudantes e sim a permanência.
Um lugar em que a população negra ainda é minoria, é um lugar que muitas vezes leva a uma sensação de não pertencimento, deslocamento e falta de visibilidade. Por conta disso, estudantes negros e negras vem, cada vez mais, buscar formar coletivos, ligas e núcleos em que possam se juntar para discutir suas questões, debater sobre questões teóricas, se acolherem e assim preservar sua saúde mental.
É preciso fazer essa discussão para pensar em possíveis soluções para tornar o ambiente acadêmico mais acolhedor para esses(as) estudantes, uma vez que o espaço acadêmico deve ser para todos(as).
Jogo BugaMAP acontece na semana que vem
/em News /por Aline GimenezNas próximas segunda e terça (30/11 e 01/12), das 19h às 22h, pelo Collaborate, acontecerá o “BugaMAP”, com nossos alunos de 8º. semestre do curso de Ciências Atuariais.
A atividade é um jogo de estratégia voltado para o mercado de seguro, que vai fazer com que os estudantes coloquem em prática tudo o que aprenderam sobre gestão do negócio em seguros.
O evento foi organizado pelos professores Roberto Lago, Sandra Monici, Dermeval Cerqueira e Fabiano Franco.
Participe!
#VozdoAluno: Rompa seu pacto com a branquitude
/em News /por Aline GimenezNicoli D’Andretta, estudante do 6° semestre do curso de Psicologia
O que costuma doer na pessoa branca é perceber e aceitar que muito de sua realidade é, na verdade, um privilégio construído ao longo dos últimos séculos com base na opressão de povos pretos ao redor do mundo. Assimilar que realidade é igual a privilégio é algo que pode custar a ser aceito. Porque é o mesmo que olhar para trás e perceber que não há muito do que se orgulhar: pelo contrário. É compreender que ser racista não é sobre você, não é pessoal, é sobre toda uma sociedade, da qual você faz parte e se beneficia.
O racismo pode parecer “confortável”, porque é uma estrutura que já está pronta e “funcionando” há muito tempo e, afinal, não foi você quem criou. Mas quando você começa a atentar seu olhar você percebe que a forma de existir atual, onde existem pessoas privilegiadas e pessoas marginalizadas, é uma consequência de séculos de desigualdade. A sensação de injustiça é inevitável.
Mas lamentar não resolve o passado e, muito menos, muda o futuro. É por isso que a geração atual sente necessidade de discutir o que é ser branco, como foi construído o nosso entendimento sobre raça para, então, desconstruir o que é ser uma pessoa para poder recomeçar de forma mais adequada.
Também nós, pessoas brancas, não podemos mais esperar explicações, orientações sobre “como agir para melhorar”. Não foram as pessoas pretas que criaram o racismo: racismos é coisa de branco. Por que empurrar mais um trabalho nosso para as pessoas pretas? O papel da pessoa branca no contexto atual é o de tomar a atitude de pesquisar sobre o passado, compreender toda a violência e todos os crimes que ocorreram e encontrar soluções para mudar a realidade de opressão contra a população preta. Não há mais espaço para pessoas brancas passivas, esse tempo já passou há muito – e não deveria sequer ter existido.
E não há como construir reparação sem conhecer a história que se quer reparar. É agora o momento de as pessoas brancas calarem sobre suas vivências e ouvirem o que a população preta tem a dizer, promover espaços em que possam praticar sua cultura com segurança e, principalmente, espaços em que possam existir em sua plenitude como nunca antes foi possível. O “engajamento por engajamento” não é bem-vindo. É preciso conhecer antes de se posicionar, para que a desconstrução não seja baseada em percepções e olhares automáticos.
As pessoas brancas não vão “salvar” as pessoas pretas, também não é sobre isso – principalmente porque não é possível salvar nada ou ninguém de um perigo criado por você mesmo. A ideia é criar a consciência de que a estrutura racista, apesar de ter sido naturalizada, não é natural. Por meio do conhecimento, da escuta, do posterior diálogo e luta conjunta poderemos começar a vivenciar uma sociedade que seja igualitária, de fato, para todas as pessoas. Para romper com o pacto da branquitude nós precisamos querer fazer isso tanto quanto já quisemos manter nossos próprios privilégios.
Confira o funcionamento dos campi durante as Eleições 2020
/em News /por Aline GimenezA pedido da Justiça Eleitoral, alguns campi do Centro Universitário FMU | FIAM-FAAM serão cartórios eleitorais nas Eleições 2020. Por isso, no dia 29 de novembro (próximo domingo), a Instituição receberá eleitores para a votação em segundo turno para prefeito e vice-prefeito, que atuarão na administração de São Paulo até 2024.
Por este motivo, algumas unidades estarão fechadas nos dias 27, 28 e 29 de novembro, estando permitidas somente as atividades do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Confiram abaixo o cronograma dos prédios que serão cartórios eleitorais:
- Prédios fechados nos dias 27, 28 e 29 de novembro (sexta, sábado e domingo):
- Santo Amaro (Prédio 30 e 31): Av. Santo Amaro, 1.239 – Vila Nova Conceição
- Prédios fechados nos dias 28 e 29 de novembro (sábado e domingo):
- Liberdade (Prédio 17): Avenida da Liberdade, 749 – Liberdade
- Liberdade | Brigadeiro (Prédio 39): Brig. Luis Antônio, 1089 – Bela Vista
- Liberdade | Brigadeiro (Prédio 43): Brig. Luis Antônio, 917 – Bela Vista
- Morumbi (Prédio 19): Morumbi, 501 – Morumbi
- Vale Anhangabaú: Rua Libero Badaró, 487 – Centro
- Prédio aberto até às 12h do dia 28 e posteriormente fechado até o dia 29 de novembro (sábado à tarde e domingo):
- Liberdade (Prédio 16): Avenida da Liberdade, 899 – Liberdade
Nas datas e locais especificados acima, as atividades acadêmicas e os serviços da Central de Atendimento ao Aluno (CAA) e Biblioteca estarão suspensos. Para os alunos que estiverem com atividades práticas agendadas, a coordenação de curso organizará a reposição ou realocação, para dar continuidade ao calendário acadêmico.
Os campi estarão liberados para funcionamento na segunda-feira, dia 30 de novembro, com o acesso controlado e seguindo todos os protocolos de segurança vigentes por conta da pandemia do novo coronavírus.
#VozdoAluno: Mulher, mercado de trabalho e Covid-19
/em News /por Aline GimenezVocê faz parte dos 25% das mulheres que estão considerando abandonar o mercado de trabalho por causa dos impactos da crise do covid?
Autor: Danillo Agripino Vitorino, aluno do 5º semestre de Psicologia
Sabemos que o Brasil possui a maior população negra fora da África e, em números absolutos, é o país com o maior número de negros do mundo, ficando atrás somente da Nigéria, pessoas negras correspondem a 54% da população brasileira.
Só que no mundo do trabalho, esta proporcionalidade não acontece. Quanto mais alto escalarmos na hierarquia institucional, tanto menor será a representatividade negra encontrada: menos de 5% dos cargos executivos e dos conselhos de administração são ocupados por pessoas negras neste país e para a mulher negra a situação é ainda mais grave:
Além de receberem 59% menos que homens brancos para desempenhar a mesma função, dentre os diretores das 500 maiores empresas do Brasil, as mulheres negras correspondem a 0,03% (duas diretoras em 548 diretores mapeados).
Nos espaços institucionais de poder, também é notória a ausência de pessoas negras. Na Câmara dos Deputados – suposta casa do povo – negros não chegam a um quarto de representação na casa, mesmo com o crescimento de 5% nas eleições de 2018.
É um cenário árido para esta população.
Recentemente, a consultoria Mc Kinsey publicou um relatório sobre os impactos do Covid no contexto de trabalho e novamente, as mulheres – especialmente as mulheres não brancas – têm maior probabilidade de terem sido demitidas ou dispensadas durante a crise gerada pela pandemia de Covid-19, interrompendo suas carreiras e colocando em risco sua segurança financeira.
Como resultado dessa dinâmica, mais de uma em cada quatro mulheres está contemplando o que muitas considerariam impensável:
Mudar de carreira ou deixar o mercado de trabalho por completo. As empresas correm o risco de perder mulheres na liderança – e futuras líderes mulheres – e desperdiçar anos de árduo progresso em direção à diversidade de gênero.
Se as empresas fizerem investimentos significativos na construção de um local de trabalho mais flexível e empático – e há sinais de que isso está começando a acontecer – elas podem reter os funcionários mais afetados pelas crises de hoje e cultivar uma cultura em que as mulheres, em especial, mulheres negras, tenham oportunidades iguais de alcançar seu potencial a longo prazo.