#VozdoAluno: Foi mimimi ou microagressão?
Danilo Agripino Vitorino, 5º semestre
Um dos relatos mais comuns de pessoas negras é sobre as microagressões sofridas no cotidiano, seja no ambiente de trabalho, acadêmico ou simplesmente, no dia-a-dia.
Infelizmente, muitas dessas situações são consideradas excesso de sensibilidade dessas pessoas e, não raro, chamadas de MIMIMI.
Mas afinal, o que são as microagressões?
As microagressões – termo cunhado pelo psiquiatra de Harvard, Chester
- Pierce nos anos 1970, podem ser resumidas, nas palavras de Derald Wing Sue, professor da Universidade Columbia que estuda a psicologia do racismo e do antirracismo, como “os insultos, as indignidades e as mensagens humilhantes passadas às pessoas não brancas por indivíduos que não têm consciência da natureza ofensiva de suas palavras ou ações”, podendo atingir membros de qualquer grupo minorizado, incluindo LGTQIA+, mulheres e pessoas com deficiências.
Aqui, vamos nos concentrar nas dirigidas à comunidade negra:
As microagressões podem ser divididas em três categorias: microataques, microinsultos e microinvalidações.
Microataques: os microataques são as microagressões mais evidentes. Com os microataques, a pessoa que cometeu a microagressão agiu intencionalmente e sabia que seu comportamento poderia ser prejudicial. Por exemplo, usar um termo depreciativo para se referir a uma pessoa negra seria um microataque.
Microinsultos: os microinsultos são mais sutis que os microataques, mas, no entanto, têm os mesmos efeitos prejudiciais sobre as minorias do grupo. Por exemplo, um microinsulto pode envolver um comentário sugerindo que uma mulher ou pessoa negra ascendeu em sua carreira exclusivamente em razão da existência de cotas ou de uma ação afirmativa, colocando em dúvida suas competências.
Microinvalidações: as microinvalidações são comentários e comportamentos que negam as experiências das minorias. Uma microinvalidação comum envolve insistir que o preconceito não é mais um problema na sociedade (que racismo não existe), por exemplo, uma microinvalidação pode envolver dizer a uma pessoa negra que ela está sendo “sensível demais” a um comentário racista que foi feito.
Como, por exemplo, quando uma pessoa branca diz que é “daltônica” em relação à cor da pele (minimizando o sofrimento de quem lidou com o racismo), ou então afirmar que não existe mais racismo.
No mês da consciência negra, como você poderia revisar seus comportamentos e deixar os comportamentos caracterizados por microagressões definitivamente para trás?