Quem tem medo da avaliação?
Esta é uma inciativa inovadora na formação de professores da Escola de Ciências Biológicas e da Saúde para potencializar a construção das avaliações escritas para os estudantes.
Avaliar o outro não é um processo fácil para qualquer um. Para um professor avaliar a aprendizagem que o aluno desenvolveu ou está desenvolvendo ao longo de um período letivo é ainda mais complexo, pois sempre veem a pergunta: é possível medir a aprendizagem dos estudantes em ambientes tão diversos e complexos como uma sala de aula? Realmente é uma tarefa homérica e quase impossível obter esses dados. O que pode gerar angustia não apenas do professor que acaba não conseguindo obter respostas concretas do seu trabalho pedagógico, mas dos estudantes que além de muitas vezes não compreender os critérios do processo avaliativo institucional precisa aprender a lidar com as frustrações do não atendimento dos objetivos pedagógicos naquele momento. Soma-se a isso, também, as aflições dos processos gestores educacionais diante de dados difusos, repletos de variabilidades e muitas vezes inconclusivos, a luz de uma objetividade e concretude, dos dados do processo de ensino-aprendizagem. Mas nem tudo é angústia e sofrimento. O importante é termos em mente que o a questão do ensino-aprendizagem é um processo. Para além disso: um processo muitas vezes lento, difuso e contínuo. Então, como o professor pode acompanhar todo esse desenvolvimento de forma consciente e responsável?
Pensando nessas questões e nos desafios de vida e do mercado de trabalho que os estudantes de graduação dos cursos da Escola de Ciências Biológicas e da Saúde da FMU enfrentarão no percurso da carreira, o Professor e Líder de Inovação em Ensino Daniel Manzoni de Almeida propôs um curso de formação de professores para pensar a construção de questões avaliativas dos estudantes da Escola. “As questões formuladas para as avaliações pedagógicas institucionais de cada disciplina científica podem ser um momento também de aprendizagem do estudante. Para isso a reflexão ao preparar as questões da avaliação e a clareza dos objetivos de aprendizagem são fundamentais para esse processo”, relata o Professor Daniel.
Para isso, o Professor propôs um curso para os professores da Escola para com foco no exercício, reflexão e construção da redação das questões em avaliações aplicadas durante o processo avaliativo e de formação dos estudantes. “No curso partimos do conhecimento semântico dos verbos utilizados nos enunciados e nas questões formuladas pelos professores e avaliações públicas que os estudantes farão ao longa da carreira. Verbos classificados como pertencentes a taxonomia de Bloom que nos dá as dimensões dos comandos do docente para os objetivos de aprendizagem que se é desejado quando se formula um exercício”, diz o professor. O curso consiste de encontros de uma hora em que os professores analisam questões de concursos e avaliações públicas, aprendem a identificar os verbos/comandas das questões, exercitam a análise o significado do verbo, refletimos sobre como cada verbo pode ser potencializado nas questões para melhor desempenho dos estudantes e estruturamos propostas de como o refletido pode ser aplicado no cotidiano das aulas e avaliações continuadas e finais aos nossos estudantes. “Essa análise é de extrema importância, pois possibilita ao professor refletir e organizar constantemente ao longo do período letivo sua atuação e seus objetivos de ensino nas disciplinas”, finaliza o professor.
A sequência de cursos aconteceu no último mês de abril e terá outras edições até o final do semestre e no próximo de 2019. O objetivo da iniciativa é possibilitar uma formação de professores para os processos avaliativos de suas disciplinas e um preparo dos estudantes os processos avaliativos ao longo das carreiras.